Em um esforço para categorizar realidades, alguém veio com os conceitos de objetivo e subjetivo. Objetivo refere-se a uma realidade que está fora de sua mente e subjetivo refere-se a uma realidade que está dentro da sua mente. Por exemplo, uma cadeira no meio da sala está fora de sua mente, então isso seria considerado na categoria de realidade objetiva. Você tem sentimentos sobre a cadeira e acha que ela é bonita. A ideia de “bonita” está dentro de sua mente. Isso é considerado uma realidade subjetiva.
Sem problemas, até agora, certo?
Categorias objetiva e subjetiva parecem ser lógicas até que os itens que elas contêm comecem a se cruzar. Por exemplo, imagine que todos os outros também acham que a cadeira no meio da sala é bonita. A cadeira é colocada em um museu e é admirada por milhares de críticos de arte, que vêm para ver a bela cadeira. A ideia subjetiva de “bonita” tem, por acordo, tomado a característica de realidade objetiva. Ambas, a cadeira e a ideia de bonita estão agora fora da mente.
Ok, isso não é nada para se entusiasmar, mas repare o fluxo da criação. Começa com uma ideia subjetiva, ganha consenso e acaba como uma qualidade objetiva. Se você pensar sobre isso, você vai perceber que este é outro argumento para o axioma do Avatar: “Quando você está vivendo deliberadamente, a crença cria a experiência.”
Beleza é sempre subjetiva? Alguns de vocês dizem sim. Então, vamos ainda ao mais básico. Existe “algo” no meio da sala. Esse algo é a realidade objetiva, fora da sua mente. Outras pessoas concordariam que existe algo no meio da sala. Elas podem vê-la também. Você decide chamar o algo no meio da sala de uma “cadeira”.
A ideia de “cadeira” está em sua mente. É uma realidade subjetiva. Alguém poderia etiquetar a coisa no meio da sala como algo diferente. “Ah essa coisa, é um sentador”.
Desde que não haja desacordos sobre o nome da coisa no meio da sala, não há dúvida de que as etiquetas são subjetivas. Você tem um grupo que chama a coisa de “sentador”, e você tem um outro grupo que chama a coisa de “cadeira”. Todas as pessoas têm direito ao seu próprio ponto de vista. Devemos deixar isso pra lá, mas então alguém faz a pergunta mais perigosa: “Quem está certo?”
Estar certo é como a “beleza”, ela é sempre subjetiva, certo? Nem todos concordam. No grupo sentador, “sentador” é certo. No grupo cadeira, “cadeira” é certo.
Vamos supor que, em vez de discutir uma coisa no meio da sala, você está discutindo suas crenças religiosas. Você gostaria se alguém salientasse que as suas crenças religiosas são subjetivas? A que isso levaria? Isso levaria as pessoas a defenderem as suas opiniões subjetivas?
O grupo da cadeira ataca o grupo do sentador e mata a todos. É uma guerra santa. Logo após o último sentador assassinado dar o seu último suspiro, a etiqueta para aquela coisa no meio da sala torna-se por unanimidade, um acordo objetivo, uma cadeira. Você vê?
Será que isto dá alguma luz sobre as cruzadas?
Quanto derramamento de sangue e caos têm sido causados por pessoas futilmente tentando transformar uma opinião subjetiva em uma realidade objetiva? Quantas pessoas protegem a sua fé persuadindo outros? Existe certa descontração sobre a filosofia “viver e deixar viver” que nem sempre é ampliado para assuntos sérios ou para aquelas questões que nós decidimos tornar sérias.
Se quiser ir ainda mais básico do que linguagem e etiquetas, você vai se encontrar lidando com percepções, impressões, sensações-sentimentos. Fique comigo, porque eu vou levar esta fala para além da especulação mental. Olhe em volta para qualquer coisa e apenas tire as etiquetas e as palavras de tudo.
Você pode fazer isso. Tire as etiquetas e as palavras de tudo.
(A sala torna-se muito quieta.)
Esse é o domínio das formas puras. Algumas pessoas consideram que essa seja a objetividade final. Mas note que ainda estou usando a palavra, “considerar”. Algumas pessoas consideram …
Considerar é um processo subjetivo. Então você ainda tem esse pouco de subjetivo mesmo nesse domínio de formas puras. Esta próxima declaração pode surpreender a alguns de vocês: O pouco de subjetivo que não pode ser eliminado do domínio da forma pura é você.
Você é subjetivo? É o “Eu” subjetivo? Bem, você não é um objeto, é? E você não é uma qualidade com a qual todos concordam.
Vamos avançar mais um passo e nos aprofundar nesse “você-eu”?
Tire todas as etiquetas do você-coisa que está olhando ao redor. Abandone qualquer consideração ou definição que tenha para seu eu-coisa.
O centro da questão é que você está para além da dicotomia do subjetivo e objetivo. Existe uma consciência de formas mentais que são moldadas a partir da consciência ilimitada.
Pode-se ir mais além?
A ilusão de que você está descartando é que a consciência ilimitada está dentro da mente e que alguma outra coisa está fora da mente. Este algo fora da mente? Realidade objetiva? Parece ser independente de você. Mas é você que faz com que isso seja independente. Você subjetivamente decide o que é objetivo.
Se você deixar de separar os conceitos das formas, jogar fora todas as definições e limites, tudo é um todo indiferenciado. Jogue fora o subjetivo “eu” do objetivo “isso” e só existe uma unicidade potencial esperando para definir a si mesmo.
Existe uma citação da Bíblia: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.”
Agora estamos discutindo o nascimento de um Avatar.
O que eu estou falando é de como você caiu na armadilha da mente. Começa assim: você conclui que você é o resultado de uma realidade objetiva independente que está lá fora, além do seu controle. “Abandone toda a esperança vós quem entrais aqui.”
Você imagina a consciência surgindo do mundo ao invés de o mundo surgindo da consciência. Ou redigido de maneira diferente, você acredita que seu subjetivio surgiu do objetivo. O dia que você acreditar nisso você estará numa armadilha. Adeus ser fonte! Você tem o fluxo da criação indo na direção errada. Esta fluindo para você.
A armadilha tenta convencê-lo de que suas crenças são causadas por suas experiências. Você começa a olhar para o mundo como a causa de suas crenças. Você está numa armadilha.
Você tem a psicoterapia olhando para o passado. Tem religiões procurando por pecados e influências anti-sociais. Têm buscadores que buscam pelas vidas passadas, experiências pré-natal, abuso dos pais. E o único conforto que qualquer uma destas abordagens oferece é que você pare de lutar e se entregue a armadilha.
Você sacrificou o todo por uma minúscula fração de desamparo. Você abandonou o poder de sua própria decisão.
Estou feliz em dizer a você que não é o mundo, não é o passado e que não são os seus pais os responsáveis pela forma como você experimenta a realidade. Seu destino não é moldado pelo impacto de qualquer realidade objetiva, é moldado pela interpretação que você dá ao impacto percebido. É você mesmo, caramba! Fique na armadilha ou desperte e tenha tudo.
O Curso Avatar é um passeio mágico através da consciência para encontrar o poder de moldar a realidade, tanto subjetiva quanto objetiva. Suba a bordo.
Extraído de Tempos de Avatar número 16, por Harry Palmer.