Todos nós já tivemos a experiência de ler um bom livro ou assistir um bom drama e, por algum tempo, assumir algum aspecto de um dos personagens. Talvez adotemos uma nova expressão ou uma nova maneira de se vestir; talvez adotemos um estilo ou uma opinião intrigante. É bom explorar um novo ponto de vista.
Em nossos corações, sabemos que é apenas uma representação e logo nosso verdadeiro eu reaparece, mas e se…?
Do lado negativo, a maioria de nós já teve a experiência de reconhecer algum aspecto – de alguém que particularmente não admiramos – como parte de nosso eu. Talvez nós nos flagremos tratando uma criança como alguém que uma vez nos tratou ou expressando uma opinião cuja única base é que nós resistimos a ela quando ouvimos alguém expressá-la.
Ainda mais alarmante, podemos descobrir que temos a mesma doença ou enfermidade do corpo que alguma outra pessoa que conhecemos teve – algum outro eu que talvez não tenhamos tratado tão bem como deveríamos. E, por mais que tentemos reprimir esse aspecto resistido, ele reaparece, mas e se …?
Quando começamos a estudar o que se sabe sobre a estrutura do eu, descobrimos que ele consiste em preferências (crenças) e uma localização relativa no tempo-espaço a partir da qual as preferências são afirmadas. As preferências são como as sobreposições semitransparentes que transformam a luz branca de um projetor em uma imagem em uma tela. Algumas das sobreposições, não podem ser removidas facilmente porque contêm uma gravação esquecida de eventos que afirmam automaticamente a sobreposição como a ÚNICA escolha. A imagem projetada através dessas sobreposições na tela é percebida como: ”Aqui estou eu, este sou eu”.
A maior parte disso é fil-ligião-ologia (FIL-osofia, Re-LIGIÃO, psic-OLOGIA) e é compreendida pela maioria das escolas mais astutas.
Mas como cada escola está sujeita às suas próprias crenças, existem grandes discordâncias quanto a quais sobreposições são preferíveis. Um denominador comum é que quase todas as escolas vão argumentar em favor de algumas e contra outras.
O objetivo de instalar, remover ou modificar as sobreposições é a principal tarefa abordada pela maioria das doutrinas, escrituras ou tecnologias geradas por essas escolas. Os meios diferem (assim como quais sobreposições devem ser abordadas), mas a determinação de mudar alguma coisa é notavelmente semelhante.
O meio mais básico de modificar uma sobreposição, e provavelmente o menos perigoso, consiste em reapresentar o indivíduo com as gravações dos eventos esquecidos que o estão fazendo afirmar a sobreposição. A esperança é que ele tire novas conclusões e altere sua própria sobreposição, conseguindo assim uma mudança em si mesmo.
A maior dificuldade com tal abordagem é ilustrada pelo fato de que quando a luz branca é projetada através de uma sobreposição azul e uma sobreposição amarela, ela aparecerá na tela como verde. Se determinarmos eliminar a luz verde, provavelmente iremos procurar uma sobreposição verde que, neste caso, não existe. Se a luz verde representar uma doença psicossomática ou um estado de depressão ou um comportamento inaceitável, nós poderíamos ter alguma dificuldade em localizar a combinação exata de sobreposições que é responsável pela criação da condição.
Este obstáculo deixou muitos de nós desejando que pudéssemos remover todas as sobreposições, garantindo que a condição seja eliminada. Então, em uma tela em branco poderíamos substituir as sobreposições selecionadas para gerar o eu que interessaria às pessoas que desejamos atrair, ou para gerar o eu que se alinharia com o que queremos alcançar – deliberadamente criando a nós mesmo.
E literalmente, é isso que o Curso Avatar nos permite fazer.
Um dos resultados que experimentamos no Avatar é a habilidade de abordar de perto a identidade sem identidade. Em outras palavras, experimentar um eu sem aspecto ou localização. Esse estado é o verdadeiro eu, o AVATAR. É uma habilidade iluminadora, a cada momento, de fazer qualquer escolha ou nenhuma, para selecionar nossas próprias sobreposições.
Avatar nos oferece a oportunidade de criar a imagem da vida que preferimos.
A primeira tarefa que enfrentamos como novos Avatares é integrar os esforços que antes obstruíam nossas escolhas. O mundo gentilmente os apresenta. Para muitos de nós, essa integração é um desafio ainda maior do que os exercícios do curso, mas quem daria as costas quando o presente de estar no comando do leme da vida é oferecido?
Por Harry Palmer, autor dos materiais Avatar.
Extraído da Revista Vivendo Deliberadamente publicada por Star’s Edge International.